Bora acordar cedo, colocar todos os suportes de madeira sobre o carro (e as placas "pet g" com as imagens). Amarra, protege, amarra, amarra... E anda um pouco, pára, dá um geitinho para tudo não cair de cima do carro e anda mais um pouco e idem. Chegamos a Paraguá duas horas depois do planejado. O pior é que deixamos Zé Muniz plantado na rodoviária nos esperando... (Desculpa Zé! Te amamos e nunca mais faremos isso!). Tivemos a idéia brilhante de mandar tudo por barco. Carregamos tudo até o barco e bora encarar a estrada que vai até Rio Verde e de Rio Verde para Guaraqueçaba. Haja buraco e lama. Chegamos em Rio Verde, e fomos direto para a casa do Professor Antônio.
A princípio apresentamos ao professor a idéia de fazer a instalação de Rio Verde com a imagem de sua sogra, Dona Santina, fandangueira da região e uma das especialistas em amargoso* que faleceu recentemente. No entanto seus filhos ainda "muito doloridos do acontecido" não nos autorizam a utilizar sua imagem, o que respeitamos imensamente e com todo carinho. Explicitamos ao Seu Antônio os motivos de nossa escolha primeira pela Dona Santina (trabalhar com a imagem de alguém que representasse bem as manifestações da cultura lcoal, querido, respeitado pela cominidade, etc...) e, a partir destes, ele nos sugeriu que visitássemos Seu João e Dona Miquilina, uma vez que seu João tocava viola ea Dona Miquila, além de ir dançar nos fandangos locais, aprendeu a fazer o amorgoso (inclusive tinha feito naquela Páscoa). Seguimos seu conselho mas, antes de tomarmos nosso rumo em direção a casa do casal, experimentamos o tal do amargoso. É bem amargo mesmo... (a tal ponto que acabei de lembrar/sentir seu gostinho...)
Eita terrinha com lama, banana e porvinha! Vixi. Mas tinha tanta porvinha por alí que uma das primeiras coisas que Dona Miquilina fez, mesmo após eu ter sentado em meio a nuvem de fumaça de sua casa de fogo, foi me dar uma calça amarela. Sim, a "porta" aqui (mesmo devendo já ter no mínimo uma graduação no assunto porvinha após um mês de campo em Guaraqueçaba varrendo diariamente um punhado de porvinhas mortos de nossa casa), mediante o calor, trocou a calça jeans e os coturnos com os quais saiu de casa por uma sainha e havaianas... E dá-lhe papear com o casal querido de tudo... Até os pintinhos que passeavam pela casa de fogo vinham catar os porvinhas de nossas canelas... Zé Muniz até comprou um litrinho de amargoso. Papeamos, fizemos fotos e tocamos o barco para visitar outras pessoas.Rumo ao "mercadinho" do Jamil paramos em uma casa (de Cleonice e Genésio) em que a Olésia (outra fandangueira da região) estava torrando café... Papeamos um pouco, depois fomos até o Jamil, papeamos mais um pouco e voltamos em direção "ao café". Nesse meio tempo achamos que o ideal seria usar na instalação uma foto em que figurassem todos os senhores fandangueiros locais... Mas como fazer tal foto? Não é que, de repente, Zé Muniz fala: "Estão todos alí". Todos proseando no gramado ao lado da casa de Genésio e Cleonice. Fizemos a foto e partimos rumo à Guaraqueçaba.
OBS: Créditos ao Leandro Diéguiz que agenciou a galera para tirar as estruturas das instalações do barco e levá-las para a Casa de Fandango. Valeu Leandro!
Fotos: Leco de Souza.
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