Dayana:
Nossa idéia, a princípio, era levar todos que pudéssemos para armar as instalações, aproveitar para dar uma festada e quem sabe, uma fandangueada. Infelizmente não rolou: não havia tempo e nem recursos... Então, encaramos o possível...
Amanheceu com o tempo fechado, chuviscando. Fomos até a casa de Galileu e como ele ainda assim topou a empreitada voltamos para casa para pegar nossas coisas, passamos na Casa do Fandango para pegar o material das instalações e bora lá. Eita dia cheio de emoções.
Nossa primeira parada foi na Ilha das Peças. Encontramos Renato e ele pediu para voltarmos outro dia já que a família do seu Genir queria preparar alguma coisinha para comemorar a instalação com a imagem dele. Ficamos de voltar no dia seguinte.
Para ir da Ilha das Peças à Superagüi tínhamos duas opções: ir de barco "por dentro" da baía ou ir "por fora". Ir “por dentro” significava algumas horas de viagem (4?) e ir “por fora” fazer o trajeto em apenas 1/2 hora, mas enfrentar alto mar que diziam ter ondas de 3 metros. Renato fez de tudo para nos convencer a ir por dentro, mas como o negócio é - diz Leco - "confiar no barqueiro" resolvemos deixar a escolha para o (louco do) Galileu. Fomos por fora... No começo a viagem foi tranqüila, mas logo as ondas começaram a crescer. Quando as ondas estavam lá com seus 1 metro e meio, um boto passou do ladinho do barco com seu filhote. Foi lindo... E as ondas continuaram crescendo, crescendo, crescendo... 3 metros! Nunca vi ondas tão grandes. Leco estava branco, Allyson ria nervoso, Galileu ficou sério, concentradíssimo (acho que foi o único momento que o vi assim). Eu estava tranqüila, achando tudo muito divertido, até porque imaginava que, mesmo com as ondas grandes, estava tudo bem com nosso barquinho poc poc, que estava tudo sobre controle. Aos poucos as ondas começaram a quebrar cada vez mais perto do barco. Galileu foi saindo um pouco mais para o alto mar, pois víamos que mais para fora elas não estavam quebrando. Passamos por uma onda e ela quebrou quase em baixo do barco. E a próxima começou a espumar no seu ápice uns três metros antes de encontrarmos com ela.Todos vieram em minha direção, jogando seu peso na beirada do barco no sentido em que a onda via. Passamos a onda e os homens do barco fizeram uma cara de alívio indescritível. Não deu dois minutos e Galileu pediu um cigarro. Leco, que tinha passado os últimos vinte minutos da viagem quase me jogando para fora do barco a fim de se segurar (ele sequer percebeu isso), disse que quase tínhamos virado e que se não fosse o contra-peso que eles (Leco, Allyson e Galileu) fizeram o barco tinha de fato virado... “O cara surfou as ondas” – disse Alison se referindo ao Galileu. É parece que o barqueiro é louco mas é bom.
Quando chegamos ao trapiche de Superagüi, que fica próximo à entrada da Bahia, alguns nativos estavam no trapiche nos olhando com uma cara um tanto quanto incrédula. Não deu outra: nós descemos do barco sob indagações como “vocês vieram por fora? vocês estão loucos?” e afirmações como “Tinha que ser o Galileu que faz suas loucuras e ainda mete os outros junto” e “Morreram doze há uns meses bem ali...”. Nesse momento sim me assustei com o que tinha feito.
Mas, como não tínhamos tempo à perder, fomos logo agilizando a instalação do trabalho. A pessoa que figura nesta instalação é o seu Alcides, fandangueiro mais velho da ilha que hoje é um dançador. Atrás dele estão Seu Eleotério e Zé Esquinini, tocando. A instalação vai ficar ao lado do AKDOV (bar onde rola o fandango por ali) e bem próxima à casa de seu Alcides. Algumas pessoas que viram nosso movimento já chegaram para ajudar, mas não sem fazer piadinhas sobre seu Alcides: “As meninas de Curitiba vão vir dançar coma foto agora...”, “Não tinha uma homem mais bonito?”, e por aí vai. A instalação gerou de imediato um movimento no seu entorno e a preocupação de seu Alcides em relação à depredação dela... Ele até tentou nos convencer a instalá-la dentro do bar... Argumentamos que o trabalho era para a comunidade e por isso tinha que ficar do lado de fora e algumas pessoas afirmaram que ele era uma pessoa muito querida e que nada iria acontecer com o trabalho... Aí seu Alcides deu uma relaxada e posou para fotos ao lado da imagem dele.
Partimos no mesmo dia para Abacateiro, em uma viagem muito muito fria. Trememos por umas duas horas e meia até chegar ao lugarejo... Nas suas imediações sentimos ainda de dentro da água o cheiro aconchegante das madeiras queimando em fogueirinhas como as que nos aqueceriam... Desembarcamos, proseamos um pouco (com Eraldo inclusive) e fui dar uma olhada interesseira na casa de fogo da matriarca local (Creusa, se não me engano) para ver se estava para rolar alguma janta... Haviam peixes em um sexto, mas ela comentou que não estavam pensando em cozinhar nada e que não estavam com fome... Como nós estávamos, nos organizamos para preparar um macarrão com molho (que na minha opinião ficou horrível, mas todos que estavam por perto comeram e se deliciaram) e convencemos Eraldo a preparar alguns peixes (ele fez um cozido). Depois, finalmente, cama (e sem banho porque estava muito frio e era impossível encarar um banho de bica geladaço ao ar livre)!
Nossa idéia, a princípio, era levar todos que pudéssemos para armar as instalações, aproveitar para dar uma festada e quem sabe, uma fandangueada. Infelizmente não rolou: não havia tempo e nem recursos... Então, encaramos o possível...
Amanheceu com o tempo fechado, chuviscando. Fomos até a casa de Galileu e como ele ainda assim topou a empreitada voltamos para casa para pegar nossas coisas, passamos na Casa do Fandango para pegar o material das instalações e bora lá. Eita dia cheio de emoções.
Nossa primeira parada foi na Ilha das Peças. Encontramos Renato e ele pediu para voltarmos outro dia já que a família do seu Genir queria preparar alguma coisinha para comemorar a instalação com a imagem dele. Ficamos de voltar no dia seguinte.
Para ir da Ilha das Peças à Superagüi tínhamos duas opções: ir de barco "por dentro" da baía ou ir "por fora". Ir “por dentro” significava algumas horas de viagem (4?) e ir “por fora” fazer o trajeto em apenas 1/2 hora, mas enfrentar alto mar que diziam ter ondas de 3 metros. Renato fez de tudo para nos convencer a ir por dentro, mas como o negócio é - diz Leco - "confiar no barqueiro" resolvemos deixar a escolha para o (louco do) Galileu. Fomos por fora... No começo a viagem foi tranqüila, mas logo as ondas começaram a crescer. Quando as ondas estavam lá com seus 1 metro e meio, um boto passou do ladinho do barco com seu filhote. Foi lindo... E as ondas continuaram crescendo, crescendo, crescendo... 3 metros! Nunca vi ondas tão grandes. Leco estava branco, Allyson ria nervoso, Galileu ficou sério, concentradíssimo (acho que foi o único momento que o vi assim). Eu estava tranqüila, achando tudo muito divertido, até porque imaginava que, mesmo com as ondas grandes, estava tudo bem com nosso barquinho poc poc, que estava tudo sobre controle. Aos poucos as ondas começaram a quebrar cada vez mais perto do barco. Galileu foi saindo um pouco mais para o alto mar, pois víamos que mais para fora elas não estavam quebrando. Passamos por uma onda e ela quebrou quase em baixo do barco. E a próxima começou a espumar no seu ápice uns três metros antes de encontrarmos com ela.Todos vieram em minha direção, jogando seu peso na beirada do barco no sentido em que a onda via. Passamos a onda e os homens do barco fizeram uma cara de alívio indescritível. Não deu dois minutos e Galileu pediu um cigarro. Leco, que tinha passado os últimos vinte minutos da viagem quase me jogando para fora do barco a fim de se segurar (ele sequer percebeu isso), disse que quase tínhamos virado e que se não fosse o contra-peso que eles (Leco, Allyson e Galileu) fizeram o barco tinha de fato virado... “O cara surfou as ondas” – disse Alison se referindo ao Galileu. É parece que o barqueiro é louco mas é bom.
Quando chegamos ao trapiche de Superagüi, que fica próximo à entrada da Bahia, alguns nativos estavam no trapiche nos olhando com uma cara um tanto quanto incrédula. Não deu outra: nós descemos do barco sob indagações como “vocês vieram por fora? vocês estão loucos?” e afirmações como “Tinha que ser o Galileu que faz suas loucuras e ainda mete os outros junto” e “Morreram doze há uns meses bem ali...”. Nesse momento sim me assustei com o que tinha feito.
Mas, como não tínhamos tempo à perder, fomos logo agilizando a instalação do trabalho. A pessoa que figura nesta instalação é o seu Alcides, fandangueiro mais velho da ilha que hoje é um dançador. Atrás dele estão Seu Eleotério e Zé Esquinini, tocando. A instalação vai ficar ao lado do AKDOV (bar onde rola o fandango por ali) e bem próxima à casa de seu Alcides. Algumas pessoas que viram nosso movimento já chegaram para ajudar, mas não sem fazer piadinhas sobre seu Alcides: “As meninas de Curitiba vão vir dançar coma foto agora...”, “Não tinha uma homem mais bonito?”, e por aí vai. A instalação gerou de imediato um movimento no seu entorno e a preocupação de seu Alcides em relação à depredação dela... Ele até tentou nos convencer a instalá-la dentro do bar... Argumentamos que o trabalho era para a comunidade e por isso tinha que ficar do lado de fora e algumas pessoas afirmaram que ele era uma pessoa muito querida e que nada iria acontecer com o trabalho... Aí seu Alcides deu uma relaxada e posou para fotos ao lado da imagem dele.
Partimos no mesmo dia para Abacateiro, em uma viagem muito muito fria. Trememos por umas duas horas e meia até chegar ao lugarejo... Nas suas imediações sentimos ainda de dentro da água o cheiro aconchegante das madeiras queimando em fogueirinhas como as que nos aqueceriam... Desembarcamos, proseamos um pouco (com Eraldo inclusive) e fui dar uma olhada interesseira na casa de fogo da matriarca local (Creusa, se não me engano) para ver se estava para rolar alguma janta... Haviam peixes em um sexto, mas ela comentou que não estavam pensando em cozinhar nada e que não estavam com fome... Como nós estávamos, nos organizamos para preparar um macarrão com molho (que na minha opinião ficou horrível, mas todos que estavam por perto comeram e se deliciaram) e convencemos Eraldo a preparar alguns peixes (ele fez um cozido). Depois, finalmente, cama (e sem banho porque estava muito frio e era impossível encarar um banho de bica geladaço ao ar livre)!
Instalação da Barra de Superagui
Fotos: Leco de Souza.
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